A CADA ANO O INSPIRATION PHOTOGRAPHERS HOMENAGEIA FOTÓGRAFOS, VIDEOMAKERS E PROFISSIONAIS QUE FIZERAM HISTÓRIA NO MERCADO DE CASAMENTOS NO BRASIL E FORA DELE, CONTRIBUINDO DE FORMA RELEVANTE COM O CRESCIMENTO DESTA CLASSE.

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NELLIE SOLITRENICK


A Paulistana Nellie Solitrenick começou na fotografia nos anos 70, na Casa de Rock Tenda do Calvário, que inaugurou e fechou 15 dias depois, por motivos óbvios. Do Rock and Roll Nacional, migrei para a política, Jornal Movimento, imprensa nanica que provocava tumulto no Palácio do Planalto em pleno governo Geisel. Ainda na década de 70, depois que também por motivos óbvios, o hebdomadário fechou, passou a “free-lar” para o Jornal Meio e Mensagem que resiste até hoje, cobrindo o maravilhoso mundo da publicidade. Nos anos 80, depois de ter passado mais de ano em NY, já mais madura na fotografia, passou a fazer parte da equipe fixa da assessoria de imprensa da Rede Globo, adquirindo experiência no set de gravação, dai foi um pulo para o set de cinema, passando a fotografar longa metragens como O homem que virou suco, Brasa Adormecida e Cidade Oculta. E foi nesse momento que a grande imprensa entrou na minha vida. Foram 15 anos dedicados a Revista Veja, Revista Caras e Jornal o Globo. Deixei a imprensa semanal e diária para me dedicar a fotografia de família e também ao jornalismo mensal, também conhecido como imprensa “feminina”, mas com certeza não por motivos óbvios!

Do glamour ao crime. O luxo do tapete vermelho do Oscar contrastando com o sangue estampado nas fotografias do massacre do Carandiru. Somando no currículo experiências que vão desde o fotojornalismo, política, eventos, personalidades, esportes, still, até fotografia de idosos, Nellie Solitrenick, homenageada deste ano na Lente de Ouro, carrega em sua bagagem uma história de muito orgulho.

Trouxe ao longo da trajetória muitas razões para ser considerada uma pioneira dentro da profissão. Como exemplo, cita ter sido a primeira fotógrafa brasileira mulher credenciada para cobrir uma Copa do Mundo, Olimpíadas e Oscar. “Foi muito bacana tudo o que pude viver. Viajei muito e vivi a vida de muita gente conhecendo a intimidade dessa pessoas. Eu sou o que sou por tudo o que fiz”, afirma.

E até hoje, independente da área de atuação, um ensinamento acompanha todos os seus trabalhos: o olhar jornalístico. Em tudo o que pensa, faz e fotografa a maior preocupação está no leitor.

“Quem vai ver isso? São os filhos dos noivos que fotografei o casamento? Quem vai dar valor para esse material? Esse é o lado jornalístico que me refiro, ou seja, de se preocupar com a informação que você está passando. É necessário ser generoso, porque é assim que você acaba documentando melhor a história que quer registrar”, finaliza ela.

Nellie Solitrenick, contemporânea das sua retratadas e ela própria a personificação do pioneirismo de sua geração. Uma profissional cuja curiosidade jornalística a mantém ativa, inquieta e inspirada. O olhar da fotógrafa que persegue e captura a notícia há mais de 40 anos , se liberta agora para registrar a nova revolução das mulheres que já mudaram tudo no mundo.

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